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04/10/2009

Escapamos por pouco, muito pouco!

xxxxNo final de setembro deste ano, a mídia nacional (impressa, eletromagnética e cibernética) marcou um gol contra de placa (com honrosas exceções, é claro): o pouco interesse por um fato sensacional, com um fantástico precedente ocorrido há quase 70 milhões de anos, quando um asteroide, com cerca de dez quilômetros de diâmetro, colidiu com nosso planeta causando uma extinção em massa da vida então existente.

xxxxOs dinossauros foram para o espaço, ou melhor, desapareceram no chão, dando vez aos mamíferos então reprimidos, os quais, sem a ameaça dos grandes lagartos carnívoros, sobreviveram, cresceram e se desenvolveram. Uma das linhagens avançou mais, inventou a escrita, a imprensa, o rádio, a televisão, a Internet, instrumentos esses que, no geral, ignoraram olimpicamente uma quase repetição do fenômeno – em escala menor, mesmo assim potencialmente avassaladora, da qual escapamos, também olimpicamente.

xxxxTrata-se do asteroide 2009 ST19, com cerca de um quilômetro de diâmetro, que está passando por nossas proximidades, neste recanto do Sistema Solar, à distância de apenas 600 mil quilômetros, menos do dobro da separação entre a Terra e a Lua. Um tiquinho de nada em termos interplanetários.

xxxxO poder de destruição de um impacto da coisa com nosso planeta certamente seria bem maior do que a explosão de todos os arsenais nucleares dos países com representação no Conselho de Segurança da ONU e outros que tais. Porém, certamente, bem menor do que o caso ocorrido no final do período cretáceo. Mesmo assim, caindo sobre uma região como o planalto central brasileiro seria capaz de destruir um bocado, aí talvez incluídos os dinossauros de nossa política, muitos dos sanguessugas da sociedade e simpatizantes; os outros também, infelizmente.

xxxxA esta altura, se não colidiu não colidirá mais, pelo menos nas próximas duas décadas. O perigo estará afastado até que outro pedregulho semelhante aproxime-se sorrateiramente. Por que sorrateiramente? Nossas instituições científicas e de segurança não podem prever esse tipo de perigo? Podem, mas sem tempo para reação e sem meios de evitá-lo.

xxxxVejamos por quê. Descoberto o objeto em deslocamento na direção da Terra, seria necessário estabelecer com precisão sua rota. A técnica matemática disponível ainda é insuficiente, pois o problema envolvendo dois corpos está precisamente resolvido, mas com três corpos ou mais, não.

xxxxAssim, quando a aproximação já estiver bem próxima, o problema envolverá o Sol, a Terra e o objeto (três corpos); mais perto ainda, envolverá também a Lua, sem contar com outros corpos intervenientes como Marte e Vênus. Quando houver certeza do impacto poderá ser tarde demais.

xxxxE se ainda der tempo? Se o objeto for como o asteroide 2009 ST19 a solução será evacuar a área de impacto que poderá ser uma cidade, uma região, um país ou o continente; maior, como o do período cretáceo (extinção dos dinossauros), só evacuando o planeta...

xxxxNão daria para destruir o asteroide ou desviá-lo o suficiente para evitar o impacto, pelo menos das áreas habitadas? Com as técnicas hollywoodescas, não; com outras, talvez, mas não por enquanto.

Para ler mais:

Sobre o recente risco:
Asteroide chega à posição mais próxima da Terra, diz astrônomo espanhol

Sobre a grande extinção no final do período cretáceo:
Extinção K-T

Problema dos três corpos:
O Problema dos Três Corpos
Pontos de Lagrange
Problema de Euler dos três corpos

Possíveis riscos:
Cientistas caçam asteroides que ameaçam a Terra
Nasa diz que não tem condições de detectar e destruir asteroides

Possíveis defesas:
Impacto profundo: cientista propõe método para desviar asteróide
Especialistas planejam a defesa planetária contra um asteroide

Repercussão na mídia, no Brasil e no mundo (nos últimos 30 dias):
Notícias sobre o “2009 ST”, nos últimos trinta dias, no Brasil
Idem, no mundo
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